RELLIBRA

LIBEA - Literatura Brasileira de Expressão Alemã
PROJETO DE PESQUISA COLETIVA (USP/Instituto Martius-Staden)
Grupo de pesquisa RELLIBRA – Relações linguísticas e literárias Brasil-Países de língua alemã
Coordenação geral: Celeste Ribeiro-de-Sousa
Programa de Pós-Graduação em Língua e Literatura Alemã - USP

 

MARIA KAHLE (1891-1975): VIDA E OBRA

Autoria: Priscilla Lopes d´El Rei, 2014.
Direitos autorais: A escritora morreu sem deixar herdeiros. Apesar dos esforços, não se sabe quem são os depositários dos direitos autorais. Quem puder ajudar, entre em contato com Priscilla Lopes D´El Rei. (Die Rechteinhaber konnten trotz aller Bemühungen nicht ausfindig gemacht werden. Die betroffenen Personen mögen sich bitte an die Mitarbeiterin des Projektes Priscilla Lopes D´El Rei wenden).
Como citar: d´El Rei, Priscilla Lopes. Maria Kahle (1891-1975): vida e obra. São Paulo: Instituto Martius-Staden, 2014.

Dados biobibliográficos

Maria Kahle nasceu já na vigência do Kaiserreich, em 3 de agosto de 1891, na cidade de Wesel, na Renânia (Niederrhein), numa família modesta, estritamente católica, proveniente da antiga região de Saarland. Em uma carta constante de seu espólio, sem data, mas escrita em torno de seus 62 anos de idade, Maria Kahle conta que seus ancestrais, por parte de pai e de mãe eram camponeses (KAHLE, Espólio de Münster, pasta 65,005, sem data). Pertencente a uma família muito grande (tinha 13 tios por parte de pai), Maria Kahle era filha de Lorenz Kahle e Maria Brune, os quais tiveram ao todo 5 filhos. Nos seus primeiros anos de vida, a família mudou muito de residência, pois seu pai era, de profissão, oficial da Companhia Ferroviária e trabalhava na construção da estrada de ferro entre Paderborn e Büren (PESCH 1922, p. 36). Maria Kahle frequentou a escola primária, a escola comercial e escolas de idiomas, tendo, em simultâneo, aulas particulares de música. Em 1907, após a morte do pai, aos 43 anos, em Olsberg, sua família transferiu-se para a cidade de Münster, onde ela passou a trabalhar como auxiliar de escritório. Todavia, ficaram por pouco tempo aqui, pois sua mãe decidiu retornar a Oslberg. (Loc. cit.).

Já na adolescência, Maria Kahle começara a escrever seus primeiros poemas.

Em 1913, fez uma viagem ao Brasil, a fim de visitar uma tia. Chegou ao Rio de Janeiro em 8 de agosto, aos 21 anos, pronta para viver a maior aventura de sua vida, para enfrentar o desconhecido e provar que era capaz de grandes feitos, e também de esquecer uma decepção amorosa. No Rio de Janeiro, Maria Kahle trabalhou primeiro como correspondente da fábrica química Griesheim Electron e, depois, como funcionária da fábrica de tintas Friedrich Bayer & Cia. Sua tia Gertrude era casada com um italiano e a convivência com esse homem logo se tornaria desagradável, a ponto de obrigá-la a deixar a casa, tal como relatou em uma carta a sua mãe.

Sem ter para onde ir, foi acolhida pela família de seu chefe, Sr. e Sra. Heinrich Karp. Mais tarde, foi morar por um período curto em São Paulo (PESCH 1922, p. 37).

Durante sua estada no Brasil, Kahle decidiu dar um significado diferente à sua vida. Ela quis criar algo glorioso, dedicar a sua vida a algo grande que mostrasse o seu valor, pelo menos, foi o que ela escreveu sobre si mesma (KAHLE, Espólio de Münster, pasta 65,002, 1916). 

Em uma sua carta de 1953, aludiu a uma “missão”, que aceitou, e a descreveu como uma “obsessão”, desencadeada pelo conhecimento dos problemas enfrentados pelos alemães no exterior, por exemplo, aqueles no Brasil. Diz ela:

Der erste Weltkrieg brach über uns herein, ich mußte (sic) mich auf ein langes Bleiben in Brasilienbeinrichten, fand eine Stellung als Korrespondentin bei einer deutschen Firma und fand Möglichkeiten zum Mitarbeit an Zeitungen, lernte dabei die Probleme des Auslandsdeutschtums kennen, unternahm Vortragsreisen in die vorwiegend von Deutschen besiedelten Südstaaten, und wurde ergriffen von einer Aufgabe, die mich nach meiner Rückkehr in die Heimat, 1920, nicht mehr losließ. (KAHLE, Espólio de Münster, pasta 65, 005, sem data).

 

A Primeira Guerra Mundial eclodiu sobre nós, eu tive que ficar muito mais tempo no Brasil, encontrei uma posição de correspondente para uma empresa alemã e encontrei oportunidades de trabalhar para jornais, conheci os problemas do alemão no exterior, fui em viagens de palestras aos estados do sul, que eram principalmente povoados por alemães, e fui tomada por uma tarefa, que não me deixou depois do meu retorno à minha terra natal, em 1920 (Trad. Priscilla Lopes d´ El Rei).

Kahle tomou a si a tarefa da manutenção da germanidade (Deutschtum) nos grupos de imigrantes de língua alemã, achou que era seu dever manter vivo seu patriotismo, amor pela pátria de origem, pelas tradições e a língua alemã.

No Brasil, Maria Kahle começou a escrever de forma sistemática e a publicar poemas. O Sr. Karp, seu chefe, foi o primeiro a lhe estimular esse talento (SINZIG 1916: 24).

Petrus Sinzig, imigrante de língua alemã no Brasil, é considerado o “descobridor” de Maria Kahle. Em suas pesquisas, chamou-o à atenção a frequência com que o nome Maria Kahle e seus poemas apareciam em revistas e jornais de língua alemã por todo o Brasil. Desde então, Sinzig, que se tornou amigo da autora, fez questão de promover suas obras. E Maria Kahle obteve de forma muito rápida reconhecimento entre os escritores e o público leitor de língua alemã no Brasil. Conforme Sinzig, Kahle ficou conhecida primeiramente por sua “poesia de guerra”. Escreveu ele que, desde o início da Primeira Guerra Mundial, foi quase diária a publicação de um poema de Maria Kahle em diferente jornais e revistas por todo Brasil. Juntamente com suas publicações, Kahle iniciou uma série de viagens pelas colônias alemãs nos estados brasileiros para dar palestras. Alguns textos seus referem-se a essas viagens como “o serviço alemão de esclarecimento” (ENTRES 1929, p. 258).

Por essa altura, Maria Kahle, juntamente com seu chefe, o diretor da empresa Beyer & Cia, Sr. Heinrich Karp, criaram, primeiramente no Rio de Janeiro, a “Ostmarkenhilfe”, uma festividade que incluía palestras, declamação de poesias e execução de música, com o objetivo de, no Brasil, juntar contribuições para apoiar a Alemanha, enviando o dinheiro para ajudar a financiar a reconstrução do leste alemão, destruído pelas tropas inimigas no início da Primeira Guerra (KUDER 1937, p. 58). Essa festividade fez tanto sucesso que passou a ser realizada em todas as localidades onde havia assentamentos e grupos imigrantes alemães.

Devido a essas viagens, Kahle acabou por conhecer “todas” as colônias alemãs no Brasil. Essa experiência ajudou a escritora a se aproximar mais de seu público teuto-brasileiro e a conhecer melhor a realidade da vida diária dos imigrantes de língua alemã no país e de seus descendentes.

Registro exato da sua primeira apresentação não foi encontrado, mas sabe-se que Maria Kahle começou a discursar muito cedo. Consta do espólio desta escritora (Espólio de Münster, pasta 53, 001), um recorte de jornal, editado no Brasil, datado de 6 de agosto de 1914, uma notícia, talvez a primeira, de um discurso da poetisa. Nessa notícia, intitulada “Wiedererwachen echt deutschen Geistes” (Despertar de um espírito verdadeiramente alemão), assinada por W. S., provavelmente o redator do jornal na época, o que se lê é um texto emotivo sobre o discurso de Maria Kahle, assistido no evento “Vaterländischer Filmabend” (Noite de Cinema da Pátria), promovido pelo “Bruderschaft Köstritz” no Rio de Janeiro Brasil. Diz o texto:

Und fünf Tage später, es war am Freitag, dem 6. August, ließ eine deutsche Frau dieses Land vor unserem Auge erstehen in seiner reinen, wunderbaren Schönheit und ward uns! Führerin zu ihm; eine deutsche Frau, in der die deutsche Seele selbst Gestalt gewonnen hat und uns offenbarte, warum wir ringen in tiefer Sehnsucht, ringen mit uns selbst und e aller Welt: Maria Kahle. Am vaterländischen Filmabend war es, den die Bruderschaft Köstrik veranstaltete und der so schlicht gehalten war, daß nicht durch unnötig Beiwerk das große Erleben der Feierstunde beeinträchtigt werden konnte, eben Maria Kahles Vortrag über „Jungdeutsche Aufgaben“. […]

Ihren Vortrag wiederzugeben ist unmöglich, er kann nicht referiert, er mußte erlebt werden. Aber wie die Rednerin uns deutsche Art und deutsches Wesen Gestalt gewinnen ließ in plastischer Deutlichkeit, aus glühender Liebe heraus zu Volk und Land, aber auch in heiligem Zorn wider alles, was deutsche Volksgemeinschaft, die Volkwerdung, hemmt und hindert, Standesdünkel, Mangel an sozialem Verständnis wie Mangel an völkischem Stolz, wie sie klar und scharf umriß, was hier jungdeutsche Arbeit zu leisten hat, deutsches Volkstum aufbauend, die Irrenden und noch Abseitsstehenden mit frommer Seele suchend und also Gemeinschaft bildend, das wird jedem unvergessen bleiben, der es hörte.” (W. S. Espólio de Münster, pasta 53,001, sem local e sem data).

 

E cinco dias depois, na sexta-feira, 6 de agosto, uma mulher alemã fez o país se levantar diante de nossos olhos em sua beleza pura e maravilhosa e se tornou nós! Nos guiou para ele; uma mulher alemã em quem a própria alma alemã tomou forma e nos revelou por que lutamos em profundo anseio, lutamos conosco mesmos e com todo o mundo: Maria Kahle. Foi na noite patriótica de filmes, que a Irmandade Köstrik organizou e que foi mantida assim simples, para que o grande acontecimento da cerimônia, a saber, a palestra de Maria Kahle sobre “Tarefas dos Jovens Alemães” não pudesse ser prejudicada por acessórios desnecessários. [...]

É impossível reproduzir sua palestra, ela não pode ser transmitida, ela teve que ser vivenciada. Permanecerá inesquecível, para todos que a ouviram, a forma como a oradora nos deu o estilo alemão e a natureza alemã, em clareza plástica, de um amor fervoroso pelo povo e pelo país, mas também em santa raiva contra tudo o que dificulta e atrapalha a comunidade nacional alemã, o desenvolvimento da nação, o orgulho de classe, a falta de compreensão social e a falta de orgulho nacional, pois delineou clara e nitidamente o que os jovens alemães têm que fazer aqui, construir o povo alemão, buscando os errantes e os ainda marginalizados com uma alma piedosa e assim formar uma comunidade. (Trad. Priscilla Lopes d´ El Rei).

Através destas palavras é possível imaginar o teor de seus discursos e o efeito causado em seus ouvintes, um efeito catártico descrito por muitos que a assistiram.

Seus poemas também foram marcados por uma profunda religiosidade católica, mas não apenas. Diz Peter Bürger:

Die katholische Religiosität, bei MARIA KAHLE weithin im Stil der Kinderfrömmigkeit des Poesiealbums präsentiert, ist […] schon eng mit der nationalistischen Kriegsideologie verbunden. Als ‚heilig‘ wird besungen das Deutschland ‚jungblonder‘ Helden- und Märtyrerköpfe. In sich selbst verspürt die Literatin den ‚heiligen germanischen Zorn‘, der ‚alles zu Boden reißt‘.“ (BÜRGER 2014: 15).

 

A religiosidade católica, apresentada por MARIA KAHLE no estilo da piedade infantil do álbum de poesia, está [...] intimamente ligada à ideologia nacionalista da guerra. Os ‘jovens loiros’ e mártires da Alemanha são cantados como ‘santos’. A escritora sente a 'santa raiva germânica' dentro de si mesma, que 'rasga tudo até o chão'. (Trad. Priscilla Lopes d´ El Rei).

O que Bürger afirma, e que fica claro através da análise de sua poesia, é que seus poemas, inclusive os de cunho religioso, estão fortemente ligados ao sentimento nacionalista. Em seus ensaios, em suas obras em prosa e verso predominam os seguintes temas: o povo alemão no Brasil, a nação alemã, o entusiasmo pela guerra e o papel da mulher na sociedade alemã. É importante ressaltar que muitos de seus poemas e discursos também foram dirigidos diretamente às mulheres. Muitas vezes seus poemas elogiam a bravura da mulher alemã e o seu papel e importância na manutenção do modo de ser alemão, das tradições e da língua alemã nos povoados alemães.

Em todo o seu trabalho escrito no Brasil há a repetição das mesmas ideias que devem prevalecer: o nacionalismo, a valorização da nação e da origem comum, a superioridade alemã através do trabalho, o heroísmo através do sacrifício, o herói e seus descendentes loiros, o sangue e o modo alemão de ser, a preservação da cultura através da língua e da religião e ainda o adorno máximo, que traz a imagem dos alemães como o povo escolhido por Deus!

Maria Kahle foi uma peça importante para a formação do germanismo ou do estímulo a essa forma de pensar e agir, servindo como mola propulsora da germanidade (Deutschtum e Volkstum) nas colônias alemãs no Brasil.

No regresso à pátria, em 1920, Kahle carregou consigo 350.000 marcos em doações arrecadadas no Brasil, nos “Ostmarkenabende” e muita coisa para contar: sua viagem ao Brasil e suas experiências em território brasileiro definem boa parte do seu trabalho e sua vida.  Após o retorno à Alemanha, Maria Kahle recebeu imediatamente reconhecimento e foi considerada uma representante da literatura de Nordrhein-Westfalen e uma representante do povo alemão no exterior (PESCH 1922, p. 38). A essa altura, a escritora também já era conhecida no ciclo literário alemão, seus poemas já haviam sido publicados igualmente em jornais e revistas por toda a Alemanha. Em 1922, a revista Sauerländer Heimatbund publicou um artigo sobre a escritora, no qual sua bibliografia foi apresentada pela primeira vez.

Depois de seu retorno, Kahle procurou uma plataforma para continuar seu trabalho. Segundo suas próprias palavras:

Ich suchte eine ‘Plattaform’ für meine Arbeit. Zuerst arbeitete ich mit der ‘Orgesch’ zusammen, mit dem völkischen Schutz- und Trutzbund, dann mit dem Jungdeutschen Orden“. (KAHLE, Espólio de Münster, pasta 58, 088, sem data).

 

Eu estava procurando uma ‘plataforma’ para o meu trabalho. Primeiro trabalhei na ‘Orgesch’, depois, no ‘Völkischer Schutz- und Trutzbund’, depois na ‘Jungdeutscher Orden’. (Trad. Priscilla Lopes d´ El Rei).

A “Orgesch”, Organização Escherich, foi fundada em 1920 e dissolvida em 24 de junho de 1921 por ordem do Governo. Nas palavras de Hübner, “A Orgesch se definiu como uma associação essencialmente civil, privada que, respeitando a constituição, queria trabalhar pela reconciliação entre as classes e pela reconstrução da Alemanha”. (Christoph Hübner, Organisation Escherich [Orgesch], 1920/21, publiziert am 11.05.2006; in: Historisches Lexikon Bayerns. Trad. Priscilla Lopes d´ El Rei. Disponível em <https://www.historisches-lexikon-bayerns.de/Lexikon/Organisation_Escherich_(Orgesch),_1920/21> [20.04.2020]).

A coligação “Völkischer Schutz- und Trutzbund” existiu desde fevereiro de 1919; era uma instituição antissemita, que até 1922 teve em torno de 200.000 associados. (WEHLER 2009, p. 4).

A “Jungdeutscher Orden”, Fundação da Ordem Jovem Alemã, foi fundada após o fim da Primeira Guerra Mundial. Em seus primeiros anos, a associação conseguiu registrar um rápido aumento no número de associados, de modo que, em 1930, vários milhares de jovens foram organizados em associações de irmãos e irmãs. No centro do “Pensamento Jovem Alemão” estava a reconstrução do Reich com a experiência comum do front. (Lexikon, disponível em https://jugend1918-1945.de/portal/jugend/lexikon.aspx?typ=lexikonID&id=3789&iframe=true [01.05.2020]).

Através das escolhas destas organizações, ficam já bem claras as tendências ideológicas trazidas por Kahle do refúgio nos trópicos. São movimentos populares, organizações nacionalistas, antissemitas e de posicionamento contra a República de Weimar. Maria Kahle fazia parte do grupo de alemães, que mostrava incapacidade de aceitar uma derrota na guerra, impossibilidade de compreender o sentido de uma perda. Essa limitação acabou por se traduzir em crenças racistas e separatistas, em posicionamentos de extrema direita católica, que se vão evidenciando cada vez mais através da linha discursiva de suas obras. Por exemplo, na “Jungdeutschen Orden”, onde ela trabalhou de 1924 a 1926 como redatora e editora do grupo (Bürger 2014, p. 17). Ela se torna um dos principais oradores da ordem. Ali ela conectou-se com o padre Dr. Lorenz Pieper, que, sendo um monarquista e nacionalista convicto, sentiu "a fuga do Kaiser, a derrota militar e o eclodir da Revolução de novembro como uma catástrofe pessoal e nacional" (“die Flucht des Kaisers, die militärische Niederlage und den Ausbruch der November Revolution als persönliche und nationale Katastrophe“. Neuhaus 2014, p. 49). O vigário foi um declarado antissemita e portador de discurso de ódio, como pode ser visto em suas declarações sobre o político da USPD, Kurt Eisner, em 1918: "Estou surpreso que o judeu galego ainda atue à frente do grupo e que um bávaro já não tenha há muito tempo enterrado uma faca entre suas costelas" (“Daß Ihr Euch den galizischen Juden noch immer an der Spitze gefallen lasst und ihm nicht längst ein Bayer sein grifffestes Messer zwischen die Rippen gestoßen, nimmt mich Wunder”), escreveu ele. Após o assassinato de Eisener ele acrescentou: "Graças a Deus que o judeu galego Eisner está morto. [...] Eu esperava há meses por um bávaro firme para acabar com ele" (“Gott sei Dank, dass der galizische Jude Eisner tot ist. […] Ich wartete schon seit Monaten darauf, dass ein Handfester Bayer ihn erledigte“ - Piepers in: Neuhaus 2014, p. 50). Ele já fazia parte do NSDAP desde 1922. (BÜRGER 2014, p. 17).

E na Europa, Kahle continuou fazendo seu trabalho, viajando de país em país (Áustria, Hungria, Iugoslávia, Polônia, Dinamarca, etc.), onde existiam grupos de alemães, para difundir a ideia da unidade do povo alemão. Junto com suas viagens de palestras, ela continuou também a escrever. Além de muitas poesias e artigos em jornais e revistas, ela publicou entre 1920 e 1945 cerca de 30 livros, dentre eles estão compêndios de poesia, romances, ensaios críticos.

No verão de 1929, Maria Kahle trabalhou em duas fábricas em uma cidade da Vestefália e na Siemens em Berlim. Dessas experiências, ela publicou uma espécie de “relato-reportagem”, em que descreveu suas vivências. Nessa fase, Maria Kahle já apresentava maturidade político-ideológica, quer dizer, seus textos, que em seu período brasileiro, se apresentavam um tanto confusos, um emaranhado de ideias por vezes desconexas, apresentavam agora um direcionamento ideológico mais aprofundado. Neles podemos reconhecer os traços políticos de oposição de extremistas da direita alemã com um direto pensamento populista (völkischer Gedanke), que se estabeleciam e fortificavam na República de Weimar como desacordo ao governo e à democracia. Incluíam-se aí o anticapitalismo populista (völkische Antikapiltalismus), o anticomunismo, a antissocial-democracia, o racismo, etc. O “Movimento Völkisch” era a interpretação alemã do movimento populista, com um enfoque romântico sobre o folclore do país. Não era um movimento unificado, mas "um caldeirão de crenças, medos e esperanças que encontrou expressão em vários movimentos e era muitas vezes articulado em um tom emocional". Petteri Pietikäinen observou no traçado “völkischs” influências de Carl Gustav Jung. O movimento völkischs era “provavelmente o maior grupo” no movimento revolucionário conservador na Alemanha. Entretanto, tal como conservadores-revolucionários e fascistas, völkisch também é um termo complexo (“schillernder Begriff”). Wikipédia.

Após a tomada do poder pelo Nacional-Socialismo, o prestígio de Maria Kahle como escritora e representante das comunidades étnicas alemã continuou a crescer. Seus escritos foram muito frequentemente incluídos na revista mensal popular westfaliana Monatsheft für westfälisches Volkstum. Heimat und Reich, que foi publicada entre 1934 e 1943. A autora também foi frequentemente elogiada por outros escritores e proeminentes, inclusive representantes do partido nazista.

Em 1934, Maria Kahle voltou à América do Sul, agora, numa “viagem de propaganda”. Chegou ao Rio de Janeiro de navio, em 31 de maio de 1934, onde iniciou uma estadia de seis meses, percorrendo o Brasil e a América Latina (Argentina e Paraguai).

Pouco antes de sua chegada, as autoridades dos lugares a serem visitados pela escritora foram aconselhadas a organizar eventos para suas palestras. O representante (Reichsführer) do V. D. A., Dr. Steinacher, enviou “chamadas” para preparação de tais eventos. A título de exemplo, citamos a carta da Associação Escolar Catarinense (Carta nº 1) de 24 de maio de 1934 ao Sr. Koehler de Blumenau. Nela, ele declara que a visita da poeta ocorre em nome da VDA "como sinal do vínculo íntimo entre o Terceiro Reich e o povo alemão no Brasil".

Der Unterzeichnete bittet die in der Liste angegebenen Vertrauensleute, dafuer Sorge zu tragen, dass die Veranstaltungen von Maria Kahle nicht nur den Schuelern und der deutschstaemmigen Bevoelkerung des betr. Ortes zugaengig gemacht werden, son-dern dass auch nach Moeglichkeit die Schulen und alle Volksgenossen der Umge-bung zu den Vortraegen, die kostenfrei sind, herangezogen werden.

 

O signatário pede às pessoas de confiança constantes da lista que garantam que os eventos de Maria Kahle não só sejam acessíveis aos alunos e à população alemã da cidade em questão, mas também que, se possível, as escolas e todas as pessoas da região sejam convidadas para as palestras, que são gratuitas (Trad. Priscilla Lopes d’ El Rei).

Os eventos deveriam ser chamados “Festas do Povo Alemão” (Volksdeutsche Feste). Para este fim, continuava Dr. Steinacher, era preciso entrar em contato com todas as organizações que cultivavam o alemão nos lugares em questão e nos arredores, como: consulados ou seus representantes, escolas e igrejas, NSDAP, clubes de canto, clubes de ginástica, clubes de tiro etc. e, por último, mas não menos importante, os clubes de mulheres presentes no local e nos arredores (ênfase do autor da carta), e garantir sua cooperação ativa para as noites festivas.

Também foi fornecido um modelo de evento que deveria conter o discurso de boas-vindas proferido pelo representante local; para os eventos nas escolas, foi pedido que as apresentações da Sra. Kahle fossem emolduradas com poemas e coros alemães formados por crianças.

E assim foi feito incansavelmente durante os meses seguintes.

A tabela a seguir fornece uma visão geral da trajetória de M. Kahle, dos lugares e das atividades.

Estas informações procedem de várias fontes, incluindo o diário de viagem da escritora no Brasil, bem como algumas cartas, notas e recortes de jornal encontrados no diário, e também recortes de jornal de seu arquivo em Münster, e do arquivo brasileiro. O programa foi muito intenso, com mais de uma apresentação por dia. E em suas próprias palavras Kahle explica o objetivo da sua viagem:

Und nun durfte ich zu meinen Volksgenossen kommen und ihnen erzählen vom neu-en Deutschland, von dem Wunder eines auferstandenen Volkes, das geeint durch seinen großen Führer sich wieder zu Stolz und Ehre erhob. Ich durfte ihnen erzählen von dem neu aufgebrochenen Volke und Rassebewußtsein, das alle Deutschen auf der Erde als Brüder und Schwestern erkennt. Ich konnte ihnen den Gruß des V. D. A. bringen: „Wo ihr auch lebt, in abgeschiedener Urwaldeinsamkeit, ihr seid nicht vergessen, wenn ihr eurem Volke und seiner Art die Treue haltet – Treue um Treue!“ (Kahle 1937, S. 46).

 

E agora me foi permitido chegar até meus camaradas e contar-lhes sobre a nova Alemanha, sobre o milagre de um povo ressuscitado, que, unido por seu grande líder, voltou a se erguer altaneiro e digno. Pude contar-lhes sobre o povo recém desperto para a consciência nacional e racial, que reconhece todos os alemães na Terra como irmãos e irmãs. Pude trazer-lhes a saudação do V. D. R.: "Onde quer que vocês vivam, na solidão isolada da selva, vocês não serão esquecidos se permanecerem leais ao seu povo - lealdade pela lealdade!  (Trad. Priscilla Lopes d’ El Rei).

Durante suas visitas tanto às cidades como às colônias menores, Maria Kahle, a escritora propagandista, repetia um ciclo de uma a três palestras em eventos de grande escala para a população em geral, muitas vezes com números surpreendentes de ouvintes. Kahle também visitou escolas, para falar com as crianças, às vezes com uma grande multidão de alunos e às vezes com grupos muito pequenos.

Além desses eventos, ela sempre realizava uma reunião dirigida apenas às mulheres, algo muito mais informal como uma noite de chá ou café, onde a poetisa falava direta e intimamente com elas.

Em 1935, o editor da Heimat und Reich escreveu em homenagem à “poetisa e defensora do ideal popular alemão” que “retornou de sua grande viagem missionária para as cidades e assentamentos na selva da América do Sul, Brasil, Argentina e Paraguai, em 21 de dezembro”.

A avaliação de seu trabalho de propaganda na América do Sul encontrou expressão visível em uma recepção do deputado do Fuehrer, Rudolf Hess, que a esperava no porto, mostrando especial interesse em seu trabalho pioneiro no exterior (Maria Kahle - Die deutsche Dichterin und Kämpferin für das Deutschtum im Ausland, Münchner Neueste Nachrichten, Nr. 48, 22.01.1935, Bay. Hauptstaatsarchiv, Coleção Rehse, Pasta 1774).

No livro, Zehn Millionen Kinder – Die Erziehung der Jugend im Dritten Reich (Dez milhões de crianças - a educação da juventude no Terceiro Reich), Erika Mann descreve Kahle como uma das escritoras que proporcionou a substância necessária à exigência alemã de extensão do seu território (MANN 1990, p. 76f).

Em 1937, Maria Kahle foi premiada com o prêmio de literatura de Vestfália devido mais às suas tendências ideológicas do que por suas obras em si. Maria Kahle apoiou o partido nacional-socialista incondicionalmente até a fase final da Segunda Guerra Mundial. A partir de 1942, Kahle ficou muito doente, sofrendo de reumatismo nas articulações, e durante os últimos três anos do Terceiro Reich e até 1949, teve de se abster de suas atividades literárias e palestras.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Maria Kahle, assim como outros ex-propagandistas culturais nazistas, conseguiu passar pelo processo de desnazificação e alegou, na época, que não fez parte do partido e nem exerceu qualquer cargo em órgãos partidários o que provaria seu não envolvimento com o nazismo e, desta forma, continuou a viver e escrever como se nada tivesse acontecido. A escritora nunca se prontificou a falar sobre seu apoio ao regime nacionalista em público, nem se posicionou a respeito dos acontecimentos sob o período nacional-socialista, ou se desculpou. Em algumas cartas privadas, porém, é possível achar algumas informações sobre o que a autora pensava a respeito, como por exemplo neste trecho citado por Bürger. Trata-se de uma carta de Maria Kahle de 1949, publicada em 1993 na Heimatbund Olsberg. Diz a escritora o seguinte:

Ich lebe in der festen Überzeugung, dass aus unserer chaotischen Zeit eine religiöse Erneuerung, wenn wir es denn so nennen sollen - wachsen wird. Alle wesenhaften sogar Menschen, die an der Barbarei und Gottesferne leiden, in die die weiße Welt immer weiter hineintreibt, müssen bis in die Tiefen der Seele erschüttert werden, Heute fasse ich es schon kaum mehr, wie uns nach dem Ersten Weltkrieg nationale Ziele oder eine Fahne! so viel bedeutet haben. Nun, es waren Stufen der Entwicklung. Heute geht es um ganz anderes. Vielleicht musste [!] im Nationalsozialismus die Hybris des Nationalgedankens und des Nationalstaates erlebt, erlitten und ad absurdum geführt werden. Aus den Zuckungen und Krämpfen, die wir heute in der Politik, in der Kunst, auf allen geistigen Gebieten verfolgen, wird der religiöse Mensch geboren, oder es kommt der Untergang“. (Kahle 1949 cit. Heimatbund Olsberg 1993 e Bürger 2014).

 

Vivo na firme convicção de que, de nossos tempos caóticos, uma renovação religiosa - se quisermos chamá-la assim - vai florescer. Todos os seres, mesmo os humanos, que sofrem com a barbárie e o afastamento de Deus, para onde o mundo branco se desvia cada vez mais, devem ser sacudidos até as profundezas da alma. Hoje eu mal posso acreditar que, após a Primeira Guerra Mundial, as aspirações nacionais, ou uma bandeira! tenham significado tanto para nós.  Bem, foram estágios de desenvolvimento. Hoje é um assunto completamente diferente. Talvez [!] sob o Nacional-Socialismo a arrogância da ideia nacional e do Estado-nação tivesse que ser experimentada, sofrida e levada ad absurdum. Dos espasmos e convulsões que observamos hoje na política, na arte, em todos os campos espirituais, nascerá o homem religioso, ou virá a ruína. (Trad. Priscilla Lopes d‘ El Rei).

Palavras que podem ser consideradas cínicas, já que a autora não abre espaço para debate de suas próprias ações e sua obra, ela trata o passado de forma generalizada e até como um momento histórico necessário. Utiliza sempre o “wir” (nós) o coletivo, e não o “ich” (eu), se redimindo da culpa, que carrega pelo apoio declarado ao regime e ao seu Führer. Seu discurso baseia-se na desculpa absurda e insensível de uma necessidade religiosa coletiva, que leva a um novo começo, afirmando que o fanatismo nacionalista teria sido um “degrau para a evolução”.

Ela continuou sua vida como autora de poemas, de livros infanto-juvenis e de exaltação regionalista. Kahle retornou também a suas habituais viagens para palestras pela Alemanha, com uma parole menos politizada, menos partidária, quase uma democrata exemplar. Depois dos seus 60 anos, a escritora volta com tudo à vida pública, reconstruindo seu patrimônio cultural e financeiro. Ela ressalta a beleza de sua região, a história de seu povo, sua migração e sua própria experiência no Brasil entre 1914 e 1922. É claro que o período entre 1933 e 1945 não é nunca citado, é como se esses anos tivessem desaparecido da história. Em 1960, ainda foi agraciada com a “placa de Agnes Miegel”, mais um prêmio de literatura.

A revista Sauerland de 1975 reproduz o seu epitáfio: Sie schlug viele Brücken zwieschen Ost und West (Ela construiu muitas pontes entre o Oriente e o Ocidente).

Eine Frau, die als Lyrikerin und Schriftstellerin im weiten deutschen Raum Zeugnis abgelegt hat von der Landschaft und den Menschen des Sauerlandes, ist nicht mehr: Maria Kahle. Sie starb am 15. August im Alter von 84 Jahren. (Sie schlug viele Brückem zwieschen Ost und West,1975, S. 53).

 

Uma mulher que, como poeta e escritora, evidenciou na vasta região alemã a paisagem e o povo de Sauerland, já não existe: Maria Kahle. Ela morreu em 15 de agosto aos 84 anos de idade. (Trad. Priscilla Lopes d’ El Rei).

E assim termina sua vida, nenhum motivo da causa mortis foi dado. Presume-se que tenha morrido em casa de velhice e tenha levado consigo para o túmulo todos seus segredos e vivências do nacional-socialismo, sem os comentar, assim como toda a sua geração, uma geração calada pelo sentimento de culpa, remorso talvez, ou apenas medo de assumir seus atos e ser punida. Jamais alcançaremos realmente todas as dimensões de sua vida política e ideológica. Talvez ela própria tenha aceito a sua explicação de que fez parte de um processo divino de evolução e tenha morrido em paz.

Após 1994, Maria Kahle voltou a ser discutida nos círculos acadêmicos e literários, e as análises de suas obras e vida comprovam que Kahle nunca foi apartidária, tendo apoiado e propagado a ideologia nazista.

Entre as obras que deixou, destacamos:

 

Narrativas

Siedler am Itajahy (Colonos em Itajaí). Reutlingen, 1938. (Literatura juvenil).

Umweg über Brasilien (Desvio pelo Brasil). Berlin, 1941. (Literatura juvenil).

Die Schule im Urwald (A escola na floresta virgem). Berlin, Junge-Generation-Verlag, 1942.

Was die Schildkröte erzählte (O que a Tartaruga conta). Reutlingen, 1950. (Literatura infantil).

Das Mädchen im Urwald. Eine Erzählung aus der brasilianischen Kolonistenzeit. (A garota na floresta virgem. Uma narrativa do tempo colonial brasileiro). Freiburg/Wien, Herder, 1953 e 1962, capítulo 1, p. 5-9. Deutsch  Português

Die Reise nach Brasilien (A Viagem para o Brasil). Göttingen, 1958. (Literatura juvenil).

Das verlorene Paradies (O paraíso perdido). Emsdetten, Lechte, 1960. Deutsch  Português

 

Poesia

Deutsches Flottenlied (Canções da frota alemã). Rio de Janeiro, 1915.

Gedichte (Poesias). Rio de Janeiro, 8. August 1915.

Liebe und Heimat (Amor e pátria). 1ª ed. São Paulo, 1916. Também na Alemanha pela editora Heimatverlag; em Bigge, no mesmo ano. Depois na Alemanha pela editora Warendorf, em Heine, em 1924.

Deutsche Worte (Palavras alemãs). São Leopoldo/Cruz Alta, Rotermund, 1917.

Gegrüßet seist du, Königin! (Saudada sejas tu, rainha!) Mönchengladbach, Volksverein, 1921.

Urwaldsblumen (Flores da floresta virgem). Mönchengladbach, Volksverein 1921.

Der Urwald (A floresta virgem). In: Urwaldsblumen (Flores da floresta virgem). Mönchengladbach, Volksverein 1921. Deutsch 

Ruhrland (Região do Ruhr). Mönchengladbach, Volksverein 1922.

Volk, Freiheit, Vaterland (Povo, liberdade e terra natal). 1ª ed. Mönchengladbach, Volksverein, 1922; 2ª ed. Hagen, Hagener Verlagsbuchhdlg, 1924.

Gekreuzigt Volk. Gedichte (Povo crucificado. Poesias). Kassel, Jungdt. Verlag, 1924.

Judas M.-Gladbach, Volksverein, 1928.

Von Jesus und seiner Mutter (De Jesus e sua Mãe). M.-Gladbach, Volksverein, 1928.

Proletarierin (Proletária). Weimar, Weimar Verlag ,1931.

Blühendes Grenzland und deutsche Treue (A fronteira em flor e a fidelidade alemã). Paderborn, Schöningh,1933.

Unser Westfalen (Nossa Vestfália). Bochum, Kamp, 1937.

Sauerländische Bergheimat. Gedichte und Geschichten aus dem Sauerland (Saarland: Pátria montanhosa. Poesias e histórias de Saarland). Iserlohn, Sauerland-Verlag, 1941. (livro de fotografias com introdução de Maria Kahle).

Herz der Frau (Coração de mulher). Münster, Aschendorff, 1959.

 

Teatro

Am Rhein. Ein Festspiel (No Reno. Um festival). Kassel, Jungdt. Verlag o.J., 1923.

 

Ensaios

Deutsche Dichtkunst in Brasilien (Poesia alemã no Brasil). In: Der Urwaldsbote. Blumenau, 1917.

Fronleichnam in einer alten deutschen Stadt (Corpus Christi em uma velha cidade alemã). M.-Gladbach, Volksverein, 1927. 

Akkordarbeiterin. Aus meinem Tagebuch (Trabalhadoras. Do meu diário). Gladbach-Rheydt, Volksverein-Verlag, 1929.

Deutsche Brüder und Schwestern im Auslande (Irmãs e irmãos alemães no estrangeiro). Paderborn, Schöningh, 1933.

Deutsches Volk in der Fremde (Povo alemão no estrageiro). Oldenburg/O., Stalling, 1933.

Deutsches Volkstum in der Welt (População alemã no mundo). Oldenburg/Weimar, Weimar Verlag, 1933.

Die deutsche Frau und ihr Volk (A mulher alemã e o seu povo). Warendorf, Heine, 1934.

Deutsche jenseits der Grenzen (Alemães além da fronteira). Halle/S., Schroedel, 1934.

Deutsche Frauen im Auslande (Mulheres alemãs no estrangeiro). Leipzig, Brandstaetter, 1937.

Deutsche Heimat in Brasilien (Pátria alemã no Brasil). Berlin, Verlag Grenze und Ausland, 1937.

Deutsches Herz zwischen Heimat und Fremde (Coração alemão entre a pátria e a terra estrangeira). Münster, Coppenrath, 1937.

Westfälische Bauern im Ostland (Camponeses da Vestfália no Leste Europeu). Leipzig, Kreysing; Berlin, Verlag Grenze und Ausland 1940.

Land der hohen Wälder (País das florestas altas). Bielefeld, Dt. Heimatverlag, 1954.

Wolter von Plettenberg (Wolter von Plettenberg). Münster, Aschendorff/ Bielefeld-Bethel, Gieseking, 1955.

 

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Bibliografia crítica

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